sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Quando nasceram os seminários?!

 O dia 4 de dezembro de 2013 marca o 450º aniversário do encerramento do Concílio de Trento (1545-1563). No âmbito desta importante recorrência, outra data merece ser recordada: 15 de julho de 1563, dia em que os Bispos reunidos em Trento, aprovaram por unanimidade o Decreto “Cum adolescentium Aetas”, que recomendava a criação de seminários em cada diocese. Uma medida de relevância na época, que dotava a Igreja de um instrumento para o cuidado das vocações ao sacerdócio ordenado, ainda hoje um elemento fundamental e imprescindível. Parece útil, portanto, reviver os acontecimentos e os personagens que determinaram o nascimento dos seminários, na certeza de que a reflexão sobre o nosso passado possa oferecer subsídios importantes para a Igreja de hoje. 



Sem exagero, pode-se afirmar com segurança que o Concílio de Trento representou uma das viradas mais importantes na história da Igreja moderna. Isto porque, recolhendo e canalizando os impulsos positivos provenientes de vários setores do mundo católico de uma forma concreta e sistemática – mesmo entre numerosas dificuldades e inconvenientes – passou-se a aspirar a uma reforma da Igreja e a uma renovação geral, o que acabou ativando uma sucessiva e gradual formação de um modelo eclesial destinado a perdurar nos séculos. Mas a nenhum sujeito eclesial mais do que ao clero, foi dirigida a urgência reformadora dos padres tridentinos. Esta peculiar atenção respondia a uma convicção - que era também uma espera - particularmente difundida: uma virada moral e espiritual para toda a Igreja somente seria realmente possível, a partir de uma mudança radical que investisse, antes de tudo, nos pastores, isto é, nos bispos e nos sacerdotes. 

Como observou o grande historiador do Concílio de Trento sobre a revolução protestante, Hubert Jedin, "a crise do cisma foi, em última análise, a crise da formação sacerdotal". Instituindo os seminários, o Concílio de Trento deu à Igreja um importante legado, sobre o qual, não por acaso, insistirão todas as subsequentes “Relationes ad limina postridentine”, e que será repetida antes e após os dois Concílios contemporâneos. O seminário não é uma relíquia do passado. O mesmo Concílio Vaticano II reafirmou a sua necessidade, como um lugar onde "toda a educação dos alunos deve ter o objetivo de formar verdadeiros pastores de almas, seguindo o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, mestre, sacerdote e pastor." 

Há 450 anos de distância, o seminário aparece ainda como um instrumento indispensável no cuidado e na promoção das vocações ao sacerdócio. Desde então, o que é natural, ocorreram muitas mudanças, tanto na sociedade como na família e na Igreja. A Igreja, em particular, percorreu um longo caminho, no curso do qual teve que se “atualizar” várias vezes, na fidelidade ao coração de Cristo, os modelos de formação ao sacerdócio às exigências dos contextos em constante mudança. Um caminho semelhante deverá ser constantemente percorrido. Isto é particularmente verdadeiro para o nosso tempo, marcado pela grande rapidez de mudanças culturais, sociais e antropológicas. Se é verdade, portanto, que o seminário, enquanto tal, continua a ser uma estrutura e um recurso essencial para a vida da Igreja, é também verdade que a reflexão sobre os velhos e novos problemas de formação sacerdotal - em particular, a disciplina interna e as formas de interação entre o Seminário e a vida diocesana e civil - é e continuará a ser necessária e urgente, no consciência de que a verdadeira reforma da Igreja deve partir sempre de dentro: dos sacerdotes e dos consagrados, por isso, também por aqueles que nos Seminários se preparam para estar "à altura dos tempos". 

(Vincenzo Bertolone – L´Osservatore Romano\JE)
- Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano 


O Tempo do Advento deve ser uma boa preparação para o Natal - 4 Domingos!


No lº Domingo, há o perdão oferecido a Adão e Eva. Eles morreram na terra, mas viverão em Deus por Jesus Cristo. Sendo Deus, Jesus fez-se filho de Adão para salvar o seu pai terreno. Meditando sobre a chegada de Cristo, que veio no Natal e que vai voltar no final da História, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar o nosso coração para o encontro com o Senhor. Para isso, nada melhor que uma confissão bem feita. Até quando adiaremos a nossa profunda e sincera conversão para Deus?


No 2º Domingo, meditamos a fé dos Patriarcas. Eles acreditaram no dom da Terra Prometida. Pela fé, superaram todos os obstáculos e tomaram posse das promessas de Deus. É uma oportunidade de meditarmos em nossa fé; nossa opção religiosa por Jesus Cristo; nosso amor e compromisso com a Santa Igreja Católica – instituída por Ele para levar a salvação a todos os homens de todos os tempos. Qual tem sido o meu papel e o meu lugar na Igreja? Tenho sido o missionário que Jesus espera de todo batizado para salvar o mundo?
No 3º Domingo, meditamos a alegria do rei Davi. Ele celebrou a aliança e sua perpetuidade. Davi é o rei imagem de Jesus, unificou o povo judeu sob seu reinado, como Cristo unificará o mundo todo sob seu comando. Cristo é Rei e veio para reinar; mas o Seu Reino não é deste mundo; não se confunde com o “Reino do homem”; o Reino de Cristo começa neste mundo, mas se perpetua na eternidade, na qual devemos ter os olhos fixos, sem tirar os pés da terra.
No 4º Domingo, contemplamos o ensinamento dos Profetas: Eles anunciaram um Reino de paz e de justiça com a vinda do Messias. O Profeta Isaías apresenta o Senhor como o Deus Forte, o Conselheiro Admirável, o Príncipe da Paz. No Reino d'Ele acabarão a guerra e o sofrimento; o boi comerá palha ao lado do leão; a criança de peito poderá colocar a mão na toca da serpente sem mal algum. É o Reino de Deus que o Menino nascido em Belém vem trazer: Reino de Paz, Verdade, Justiça, Liberdade, Amor e Santidade. A Coroa do Advento é o primeiro anúncio do Natal. Ela é da cor verde, que simboliza a esperança e a vida, enfeitada com uma fita vermelha, simbolizando o amor de Deus que nos envolve e também a manifestação do nosso amor, que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.

O Tempo do Advento deve ser uma boa preparação para o Natal, deve ser marcado pela conversão de vida – algo fundamental para todo cristão. É um processo de vital importância no relacionamento do homem com Deus. O grande inimigo disso é a soberba, pois quem se julga justo e mais sábio do que Deus nunca se converterá. Quem se acha sem pecado, não é capaz de perdoar ao próximo, nem pede perdão a Deus. Deus – ensinam os Profetas – não quer a morte do pecador, mas que este se converta e viva. Jesus quer o mesmo: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Por isso Ele chamou os pecadores à conversão: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt 4,17); “convertei-vos e crede no Evangelho” ( Mc 1,15). Natal do Senhor, este é o tempo favorável; este é o dia da salvação!
#TamuJunto, Paz  Bem! 

Veja a primeira parte: http://freliaslisboaofmcap.blogspot.com.br/2013/11/advento-meditando-chegada-de-cristo.html

- Texto: Prof. Felipe Aquino

Advento: Meditando a chegada de Cristo, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar o nosso coração

O Ano Litúrgico começa com o Tempo do Advento; um tempo de preparação para a Festa do Natal de Jesus. Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Esse acontecimento precisa ser preparado e celebrado a cada ano. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que vem no final dos tempos. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador.
Um dia, o Senhor voltará para colocar um fim na História humana, mas o nosso encontro com Ele também está marcado para logo após a morte. Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e da Virgem Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Os Profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes: nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi; seu Reino não terá fim... A Santíssima Virgem Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena. Para nos ajudar nesta preparação usa-se a Coroa do Advento, composta por 4 velas nos seus cantos – presas aos ramos formando um círculo. A cada domingo acende-se uma delas. As velas representam as várias etapas da salvação.


Começa-se no 1º Domingo, acendendo apenas uma vela e à medida que vão passando os domingos, vamos acendendo as outras velas, até chegar o 4º Domingo, quando todas devem estar acesas. As velas acesas simbolizam nossa fé e nossa alegria. Elas são acesas em honra do Deus que vem a nós. Deus, a grande Luz, "a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo", está para chegar, então, nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz. 

... Continuaremos com as reflexões, Paz e Bem! 

- Texto: Prof. Felipe Aquino



É "careta" ser beato?

Testemunho de jovem brasileiro, surfista, estudante de medicina, quase padre e com fama de anjo surfista

Quem acha careta ser beato, nunca conheceu Guido Schaffer, jovem surfista, formado em medicina e apaixonado por Deus, deixou o noivado e a medicina para se tornar padre. Viver intensamente assim não é para caretas. Ah o artigo é um pouco grande, mas deixa um pouco a time line do seu facebook. Vai valer a pena!

Talvez não aconteça com você, mas chega um dia na vida de um jovem que sofreu uma virada de 180 graus ao se encontrar com Deus, que as pessoas começam a dizer: Pronto, vai virar beato? Como se ser beato fosse algo careta! (SQN), só que não!  (do latim beatum, que dizer ”feliz”, “bem-aventurado”), Se você passa por isso, esse artigo é pra você. Seja bem-vindo!
Para falar bem desse assunto, como um jovem conectado que sou, fui ao bom e velho Google para ver a definição de careta, (entre tantas mil que aparecem) escolhi essa: “Pessoa antiga, fora da moda, antiquada. Aquele que sempre segue os padrões antigos, que não arrisca coisas novas e diferentes” Bem, acho que a vida do carioca Guido, futuro beato da Igreja Católica não tem nada haver com isso.
Surfista, médico e quase padre, ele se chamava Guido Vidal França Schaffer. Carioca, nascido em Copacabana, pegava onda no Arpoador. De sorriso fácil e muito simpático, foi um jovem que invadiu festas, pulou muro para entrar sem ter sido convidado. Era ousado e gostava de uma boa brincadeira, usava roupa de marca, curtia o som de metálica e Pearl Jeam, malhava todos os dias na academia e curtia dançar nas boates. Um cara normal e alegre, amava o mar e o surf. Teve os mesmos desejos e desafios que os outros jovens, como eu e você, e também fez muita besteira. Uma pequena pausa: aposto que tem pessoas já se identificando com ele. #antesdo180graus!
Ele teve suas namoradas e admiradoras, passou pela curiosidade de provar um baseado com os amigos, mas percebeu que aquilo não o preenchia. Para Guido, a experiência foi como aquela onda que vai crescendo e depois estoura deixando um vazio a solta. Você deve estar pensando que até agora não tem nada de careta, mas nada de beato também, não é mesmo? Calma, o melhor está por vir.
Esse cara, que sempre viveu muito intensamente, provou de uma parada capaz de fazer qualquer jovem viver mais radicalmente uma vida. Um dia, Guido participou de um seminário de vida no Espírito Santo, (igual ao que você já tenha participado ou se não participou ainda, deixa de ser careta e participa!) Daí pra frente, o surfista do Arpoador sofreu uma virada de 180 Graus na sua vida.
Engajado em grupo de oração, começou a surfar cada vez mais nas ondas do amor de Deus. Em 1997, o papa João Paulo II visitou o Rio de Janeiro e Guido fez parte do coral que cantou nessa ocasião. De perto pôde sentir no olhar do Papa o olhar de um pescador de homens. Quando João Paulo II falou “Temos que ir para águas mais profundas”, tudo fez sentido para o surfista que com muita alegria dizia para o seu grande amigo padre Jorjão: “É isso que eu quero”.
É preciso como o Guido desejar mergulhar de cabeça na vida com Cristo, não só postando coisas do Evangelho nas redes sociais, isso são águas rasas. Precisamos postar o Evangelho no fundo da nossa vida.
Desafiado pelo seu amigo padre a formar um grupo de oração para jovens, Guido teve que aprender a conciliar os estudos de medicina com o grupo de oração. Aos poucos, centenas de jovens foram sendo atraídos pelo testemunho e unção que ele passava, (já quando seminarista, também criou com uma amiga um grupo na praia, onde também ensinavam muitos a surfarem). O cuidado pelos pobres foi marca na sua vida. Trabalhava nos hospitais cuidando dos doentes e saía nas ruas para amar os mais necessitados.
Como ser careta é não ter coragem de fazer coisas novas e se arriscar, ele foi começando a viver uma vida de beato, ou seja, feliz! Ele também tinha uma noiva, também muito de Deus, juntos formavam um casal perfeito. Mas um dia, em oração, a voz de Deus o chamou: “Levanta-te e serás sacerdote da Minha Igreja”. E agora? Guido tinha tudo, tinha noiva, estava na residência médica e já “fazia muito” na evangelização, mas Deus queria mais. Sem dúvidas, ele dropou a onda da voz de Deus e deixou tudo! Isso mesmo: tudo! E entrou para o seminário! (se garantiu Guido! Uhuu!).
Ele não abandonou o surfe, onde ele mesmo dizia se encontrar diversas vezes com Jesus. Sempre ia quando podia. Após entrar para o seminário, crescia em humildade e pregava nas paróquias onde muitas pessoas até hoje lembravam as ações do Espírito através dele: profecias, repousos no Espírito, muitos dons. Com mais ardor continuou sua missão com os pobres e doentes. Onde chegava, Guido era sinal de esperança e alegria. Com certeza já mostrava que era um beato que não tinha nada de careta.
Sua última surfada aconteceu na despedida de solteiro do seu amigo Dudu, na praia do recreio. Antes de entrar no mar seus amigos fizeram junto com ele uma oração. Já no mar, apareceu uma serie de ondas e inesperadamente os amigos de Guido o encontraram se afogando. Ele foi levado ao hospital, onde foi confirmada  sua morte. Guido morreu surfando e assim nasceu para o céu.
Hoje em dia, muitos testemunhos são contados de milagres que aconteceram e acontecem até hoje pela intercessão de Guido Schaffer. Um livro intitulado “O Anjo surfista”, do escritor Manuel Arouca, que conta sua história foi a fonte que usei para escrever este artigo. Não vou mentir que em certas partes da leitura as lágrimas apareceram em meus olhos.
Fala-se da beatificação de Guido Schäffer desde maio de 2009, o padre Jorjão, amigo e confessor de Guido, falou deste possível acontecimento:
“A Igreja é muito prudente em relação a isso. Os testemunhos vão poder ser analisados. O impressionante é ver como pessoas que nunca o conheceram montam grupos para orar por ele e pedir sua intercessão. O Papa João Paulo II costumava dizer que precisamos de santos vestidos de calças jeans. E o Guido é um exemplo disso, de um rapaz que vivia sua juventude”.

Fonte: ZENIT

TODOS OS SANTOS DA ORDEM SERÁFICA


A Ordem Seráfica foi em todos os tempos lugar de santidade: esta é a razão de sua vitalidade espiritual que faz com que ela floresça. Seus filhos Santos, quer na primeira, segunda e terceira Ordem, pertencem a todas as classes sociais e de todos os povos.

Entre estes há mártires, médicos, padres, irmãos religiosos, leigos, virgens, santas mulheres... Uma enorme multidão que se reuniu em torno do Poverello de Assis.
A Festa de Todos os Santos da Ordem Franciscana é comemorada neste dia, porque em 29 novembro de 1223, o papa Honório III confirmou solenemente a Regra de são Francisco, já verbalmente aprovada em 1209 pelo Papa Inocêncio III. A regra original é preservada entre as relíquias, na Basílica de São Francisco de Assis.
Na passagem para o Terceiro Milênio, a Ordem Franciscana contava com: Santos canonizados da primeira ordem, 110; Santas canonizadas da segunda ordem, 9; Santos e Santas canonizados da terceira ordem regular e secular, 53; Religiosos da primeira ordem beatificados, 161; Religiosas da segunda ordem beatificadas, 34; da terceira ordem regular e secular, 95 beatificados. Total de membros das ordens franciscanas canonizados e beatificados, no fim do milênio, 482.
E graças à vitalidade evangélica de Francisco, esta lista não para de crescer!



Todos os santos da Ordem Seráfica, rogai por nós!  Paz e Bem! 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

AS EXCELÊNCIAS DA BATINA

Amigos e amigas, Paz e Bem! 
Esta breve coleção de textos nos recorda a importância do uniforme sacerdotal, a batina ou hábito talar. Valha outro tanto para o hábito religioso próprio das ordens e congregações. Em um mundo secularizado, da parte dos consagrados não há melhor testemunho cristão que a vestimenta sagrada nos sacerdotes e religiosos.


“Sete excelências da batina.”


"Atente-se como o impacto da batina é grande ante a sociedade, que muitos regimes anticristãos a têm proibido expressamente. Isto nos deve dizer algo. Como é possível que agora, homens que se dizem de Igreja desprezem seu significado e se neguem a usá-la?"

Hoje em dia são poucas as ocasiões em que podemos admirar um sacerdote vestindo sua batina. O uso da batina, uma tradição que remonta a tempos antiquíssimos, tem sido esquecida e às vezes até desprezado na Igreja pós-conciliar. Porém isto não quer dizer que a batina perdeu sua utilidade, se não que a indisciplina e o relaxamento dos costumes entre o clero em geral é uma triste realidade.

A batina foi instituída pela Igreja pelo fim do século V com o propósito de dar aos seus sacerdotes um modo de vestir sério, simples e austero. Recolhendo, guardando esta tradição, o Código de Direito Canônico impõe o hábito eclesiástico a todos os sacerdotes.

Contra o ensinamento perene da Igreja está à opinião de círculos inimigos da Tradição que tratam de nos fazer acreditar que o hábito não faz o monge, que o sacerdócio se leva dentro, que o vestir é o de menos e que o sacerdote é o mesmo de batina ou à paisana.

Sem dúvida a experiência mostra o contrário, porque quando há mais de 1500 anos a Igreja decidiu legislar sobre este assunto foi porque era e continua sendo importante, já que ela não se preocupa com ninharias.

Em seguida expomos sete excelências da batina condensadas de um escrito do ilustre Padre Jaime Tovar Patrón.

1ª RECORDAÇÃO CONSTANTE DO SACERDOTE

Certamente que, uma vez recebida a ordem sacerdotal, não se esquece facilmente. Porém um lembrete nunca faz mal: algo visível, um símbolo constante, um despertador sem ruído, um sinal ou bandeira. O que vai à paisana é um entre muitos, o que vai de batina, não. É um sacerdote e ele é o primeiro persuadido. Não pode permanecer neutro, o traje o denuncia. Ou se faz um mártir ou um traidor, se  chega a tal ocasião. O que não pode é ficar no anonimato, como qualquer. E logo quando tanto se fala de compromisso! Não há compromisso quando exteriormente nada diz do que se é. Quando se despreza o uniforme, se despreza a categoria ou classe que este representa.

2ª PRESENÇA DO SOBRENATURAL NO MUNDO

Não resta dúvida de que os símbolos nos rodeiam por todas as partes: sinais, bandeiras, insígnias, uniformes... Um dos que mais influencia é o uniforme. Um policial, um guardião, é necessário que atue, detenha, dê multas, etc. Sua simples presença influi nos demais: conforta, dá segurança, irrita ou deixa nervoso, segundo sejam as intenções e conduta dos cidadãos.

Uma batina sempre suscita algo nos que nos rodeiam. Desperta o sentido do sobrenatural. Não faz falta pregar, nem sequer abrir os lábios. Ao que está de bem com Deus dá ânimo, ao que tem a consciência pesada avisa, ao que vive longe de Deus produz arrependimento.

As relações da alma com Deus não são exclusivas do templo. Muita, muitíssima gente não pisa na Igreja. Para estas pessoas, que melhor maneira de lhes levar a mensagem de Cristo  do que deixar-lhes ver um sacerdote consagrado vestindo sua batina? Os fiéis têm lamentado a dessacralização e seus devastadores efeitos. Os modernistas clamam contra o suposto triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a coroa pontifícia, as tradições de sempre e depois se queixam de seminários vazios; de falta de vocações. Apagam o fogo e se queixam de frio. Não há dúvidas: o "desbatinamento" ou "desembatinação" leva à dessacralização.

3ª É DE GRANDE UTILIDADE PARA OS FIÉIS

O sacerdote o é não só quando está no templo administrando os sacramentos, mas nas vinte e quatro horas do dia. O sacerdócio não é uma profissão, com um horário marcado; é uma vida, uma entrega total e sem reservas a Deus. O povo de Deus tem direito a que o auxilie o sacerdote. Isto se facilita se podem reconhecer o sacerdote entre as demais pessoas, se este leva um sinal externo. Aquele que deseja trabalhar como sacerdote de Cristo deve poder ser identificado como tal para o benefício dos fiéis e melhor desempenho de sua missão.

4ª SERVE PARA PRESERVAR DE MUITOS PERIGOS

A quantas coisas se atreveriam os clérigos e religiosos se não fosse pelo hábito! Esta advertência, que era somente teórica quando a escrevia o exemplar religioso Pe. Eduardo F. Regatillo, S.I., é hoje uma terrível realidade.
Primeiro, foram coisas de pouca monta: entrar em bares, lugares de recreio, diversão, conviver com os seculares, porém pouco a pouco se tem ido cada vez a mais.

Os modernistas querem nos fazer crer que a batina é um obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo. Porém, suprimindo-a, desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. De tal modo, que já muitos pensam que o primeiro que se deve salvar é o mesmo sacerdote que se despojou da batina supostamente para salvar os outros.

Deve-se reconhecer que a batina fortalece a vocação e diminui as ocasiões de pecar para aquele que a veste e para os que o rodeiam. Dos milhares que abandonaram o sacerdócio depois do Concílio Vaticano II, praticamente nenhum abandonou a batina no dia anterior ao de ir embora: tinham-no feito muito antes.

5ª AJUDA DESINTERESSADA AOS DEMAIS

O povo cristão vê no sacerdote o homem de Deus, que não busca seu bem particular se não o de seus paroquianos. O povo escancara as portas do coração para escutar o padre que é o mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas das repartições, dos departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam, se abrem diante das batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o pão que pede para seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente ligado a alguns hábitos. Este prestígio da batina se tem acumulado à base de tempo, de sacrifícios, de abnegação. E agora, se desprendem dela como se se tratasse de um estorvo?

6ª IMPÕE A MODERAÇÃO NO VESTIR

A Igreja preservou sempre seus sacerdotes do vício de aparentar mais do que se é e da ostentação dando-lhes um hábito singelo em que não cabem os luxos. A batina é de uma peça (desde o pescoço até os pés), de uma cor (preta) e de uma forma (saco). Os arminhos e ornamentos ricos se deixam para o templo, pois essas distinções não adornam a pessoa se não o ministro de Deus para que dê realce às cerimônias sagradas da Igreja.

Porém, vestindo-se à paisana, a vaidade persegue o sacerdote como a qualquer mortal: as marcas, qualidades do pano, dos tecidos, cores, etc. Já não está todo coberto e justificado pelo humilde hábito religioso. Ao se colocar no nível do mundo, este o sacudirá, à mercê de seus gostos e caprichos. Haverá de ir com a moda e sua voz já não se deixará ouvir como a do que clamava no deserto coberto pela veste do profeta vestido com pêlos de camelo.

7ª EXEMPLO DE OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO E LEGISLAÇÃO DA IGREJA

Como alguém que tem parte no Santo Sacerdócio de Cristo, o sacerdote deve ser exemplo da humildade, da obediência e da abnegação do Salvador. A batina o ajuda a praticar a pobreza, a humildade no vestiário, a obediência à disciplina da Igreja e o desprezo das coisas do mundo. Vestindo a batina, dificilmente se esquecerá o sacerdote de seu importante papel e sua missão sagrada ou confundirá seu traje e sua vida com a do mundo.

Estas sete excelências da batina poderão ser aumentadas com outras que venham à tua mente, leitor. Porém, sejam quais forem, a batina sempre será o símbolo inconfundível do sacerdócio, porque assim a Igreja, em sua imensa sabedoria, o dispôs e têm dado maravilhosos frutos através dos séculos.
Notas:

- O autor: Padre Jaime Tovar Patrón, coronel capelão, ocupou importantes responsabilidades no Vicariato Castrense. Oriundo de Extremadura, Espanha, foi grande orador sacro. Autor do livro Los curas de la Cruzada, autêntica enciclopédia dos heroicos sacerdote que desenvolveram seu trabalho pastoral entre os combatentes da gloriosa Cruzada de 1936. É, ademais, uma história do sacerdócio castrense. Faleceu em janeiro de 2004.

Código de Direito Canônico (1983): Livro II, I Parte, Título III, Capítulo III:
Cân. 284 Os clérigos usem hábito eclesiástico conveniente, de acordo com as normas dadas pela Conferência dos Bispos e com os legítimos costumes locais.
Cân. 285 § 1. Os clérigos se abstenham completamente de tudo o que não convém ao seu estado, de acordo com as prescrições do direito particular.
§ 2. Os clérigos evitem tudo o que, embora não inconveniente, é, no entanto, impróprio ao estado clerical.

Convém recordar: muitos sacerdotes e religiosos mártires pagaram com seu sangue o ódio à fé e à Igreja desencadeado nas terríveis perseguições religiosas dos últimos séculos. Muitos foram assassinados simplesmente por vestirem a batina. O sacerdote que veste a batina é para todos um modelo de coerência com os ideais que professa, à vez que honra o cargo que ocupa na sociedade cristã.

Se bem é certo que o hábito não faz o monge, também é certo que o monge veste hábito e o veste com honra. Que podemos pensar do militar que despreza seu uniforme? O mesmo que do vigário que despreza sua batina!



segunda-feira, 25 de novembro de 2013

"O beijo do papa Francisco"

Paz e Bem pessoas de Deus!
Ternura, carinho, dedicação, amor.
 Doce. Jovem. Amigo. Carinhoso. Bom!
Já se passaram alguns dias… mas os beijos do Papa Francisco não foram esquecidos. As crianças foram “abençoadas”, como disseram os pais; os fiéis presentes na Jornada Mundial da Juventude #Rio2013 foram tocados pelo exemplo do Papa; os telespectadores, ouvintes, internautas… todos “atingidos” pelo testemunho de Francisco.
Um beijo (do latim basium) pode dizer muito.
E disse!
Um beijo entre amigos. Namorados. Noivos. Pai e mãe. Pais e filhos… e o beijo do Papa.
Durante os trajetos de papamóvel, o pontífice beijava e abençoava os pequenos. Foram dez crianças beijadas apenas na primeira hora em que Francisco esteve no Brasil.
“Vinde a mim as criancinhas”!
Cada menino e menina abençoados pelo amor de pai; carinho de irmão; fé e oração de homem santo.
E a “afetividade”… palavra associada à figura do papa? Nem sempre. Mas desta vez foi diferente – e isso nos faz ter, após quatro meses do início da JMJ Rio, dia 23 de julho – as imagens de um papa simples, carinhoso, alegre e humano recentes na memória. Atuais como sua mensagem na Missa de Envio: “Ide, sem medo, para servir”.
E como não se lembrar de Nathan?
O jovem Nathan de Brito, de 9 anos, recebeu o carinho do Papa Francisco. O pontífice seguia de papamóvel da Quinta da Boa Vista para o Palácio São Joaquim, sede da Arquidiocese do Rio, quando o jovem morador de Cabo Frio, na Região dos Lagos, se aproximou da grade que separava os fiéis da pista.
O pai Aguinor Brito pegou o filho e o entregou a um segurança, que o levou até o Santo Padre. “Santidade, quero ser sacerdote de Cristo, um representante de Cristo”, disse o jovem em lágrimas.
O Papa se emocionou com as palavras de Nathan e respondeu. “Vou rezar por você, mas peço que também reze por mim. A partir de hoje sua vocação está concretizada”, falou o pontífice que recebeu um beijo e um abraço do menino.
Muitas histórias… muitas lembranças de uma jornada que marcou o coração dos jovens e de todos os fieis católicos que participaram da Jornada Mundial da Juventude.
No entanto, fica a pergunta no ar:
O beijo do Papa tem diferença para o beijo de uma pessoa comum?

sábado, 23 de novembro de 2013

"Um verdadeiro filho de São Francisco!”

Frei Angelo Oliginati, OFM. Cap.

Função: Assistente Emérito da OFS do MA/PA.
Local do Nascimento: Bosisio Parini – Lecco – Itália.
Data do Nascimento: 04 de abril de 1923
Pais: Emílio Olginati e Ambrogina Limonta
Vestição Religiosa: 24 de julho de 1942
Nome Religioso: Frei João Francisco de Bosisio Parini.
Profissão Temporária: 25 de julho 1945
Ordenação Sacerdotal: 02 de abril de 1949
Conquista: 65 anos de Vida Missionária.
Falecimento: Belém do Pará, 20 e novembro de 2013!

“Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a Coroa da Vida”
                                                                                               – Ap. 2,10 –

Esta passagem  da Escritura encontrava-se em destaque entre os pouquíssimos manuscritos de Frei Angelo Olginati, depositados sobre sua escrivaninha. O mencionado versículo expressa, de fato, sua fidelidade ao Senhor. Fidelidade na sua Vida Cristã, Franciscana, Sacerdotal e Missionária. Não tenho dúvidas que, após a longevidade de sua existência, vivida em permanente fidelidade ao seu Senhor, agora, Este, lhe outorgue a almejada Coroa da Vida! Sustentados por esta “Esperança que não defrauda” (Rom. 5,5), rendamos o preito da nossa gratidão fraterna a este nosso Irmão, frei Angelo Olginati, pelo Dom de sua Vida terrena dedicada à Missão no “Norte do Brasil”.

Irmãos, hoje, 20/11/2013, às 02:40 am, no pleno silêncio da madrugada que guardava o anúncio de um novo dia, a Fraternidade Provincial foi despertada pela notícia do início da Vida Nova de frei Angelo Olginati, aos 90 anos de vida. No dizer do Padre João Mohana, devolvemos ao Pai “um verdadeiro filho de São Francisco”. Filho de São Francisco e filho dessa Província que ele escolheu para ser sua mãe Província. Abdicou de sua Província de origem, Pátria, língua materna, familiares e, incardinou-se na nova Província do MA/PA/AP, manifestando a sua firme decisão de ficar aqui até a morte, revelando assim, sua vida missionária despojada e inserida na realidade da própria Missão.
Frei João Francisco era o seu nome de Convento. Duas grandes pilastras da espiritualidade cristã. De João aprendeu o devoto amor à Mãe de Jesus. De Francisco aprendeu a chamar a Mãe de Jesus, de Santa Maria dos Anjos da Porciúncula.

Ao desembarcar, já missionário, no Brasil, ficou encantado com o multitudinário coro de vozes que, no Rio de Janeiro, cantava louvores a Maria Imaculada, sua Rainha, porque rainha da Ordem. Frei João Francisco não hesitou em colocar-se sob o manto de Maria, “como um brasileiro apaixonado pela Mãe do Senhor”. Devoção que frei Angelo levou consigo até a morte.
  
No próximo dia 27/11/2013, frei Angelo Olginati faria 65 anos de Vida Missionária. Mas, quis o Senhor que, essa magna data fosse celebrada no céu. Deixou a Itália e chegou ao Brasil, sua “nova Pátria” no dia 17/11/1948. Veio ao Brasil antes da ordenação sacerdotal, portanto concluir os estudos teológicos. Um ano depois, aos 02 de abril de 1949, foi ordenado sacerdote do Altíssimo pela imposição das mãos do Servo de Deus Dom Antonio de Almeida Lustosa. As ordens menores recebeu das mãos de outro Servo de Deus: Cardeal Schuster.

Aos 26 anos de idade, aquele que, mais tarde, seria designado pelo Padre João Mohana como frade que tinha a “voz de leão e coração de pomba” estava pronto para empreender sua longa jornada missionária que abarcaria o percurso de seis lustros e meio. Ao lado de frei Davi de Miritiba, utilizando a sua “voz de leão”, iniciou-se no ministério da Pregação e, aos poucos, despontou como homem da Palavra e pregador das multidões.

Por outro lado, os penitentes se certificavam do seu “coração de pomba” na ternura e misericórdia que ele dispensava no ministério da reconciliação. Pelo timbre de sua voz parecia ser brabo, mas, pela ternura do seu coração, era terno e fraterno, irmão e amigo. Por seu caráter expansivo anima os encontros fraternos, como por exemplo, no refeitório e no recreio, animava-os com suas anedotas e experiências cômicas.

Com essas qualidades foi Guardião no Convento do Carmo, Vigário em Bujaru e no Anil. Depois de 22 anos no Convento do Carmo, em São Luís, quando os frades o provocavam que o deixaria chorando, respondia: “não me casei com o Carmo!” Quando via que alguém fazia uma asneira gostava de dizer: “cria juízo cachorrinho!” Em outras ocasiões dizia: “juízo e vergonha”. Depois de sua longa estada no Convento do Carmo, frei Ângelo integrou as Fraternidades de Belém, Macapá, Capanema e Belém, onde se preparou para o grande encontro com o Senhor.

“Eterno Assistente Espiritual da OFS”
Palavras da Irmã Teresinha Moreira, então Ministra Regional da OFS, Regional Norte II, dirigidas a frei Ângelo Olginati, após 22 anos (1974/1996) de fecundo apostolado entre os Irmãos Franciscanos Seculares. Reconhecemos frei Angelo o seu esforço para manter vivo e operante o carisma Franciscano Secular entre os Irmãos da Terceira Ordem; testemunhamos o quanto te sacrificaste em viagens intermináveis, para assistir as Faternidades e dá-lhes formação. Com teu serviço abnegado, reconhecemos o quanto cresceu e se desenvolveu a OFS sob o teu pastoreio evangélico.
Destaco aqui o zelo com que cuidavas da OFS, para quem mandaste imprimir a “Regra e Vida” e, não satisfeito, porque querias que os Irmãos conhecessem o verdadeiro espírito do pai São Francisco, compilaste o “Catecismo da Regra e Vida”. A Ordem Franciscana Secular te é grata, por isso, fez chegar ao teu coração de Pastor, a síntese de uma verdade ímpar: “serás nosso eterno Assistente Espiritual”.

Verdade, pois, por onde passamos os Irmãos te recordam com gratidão.  Frei Ângelo te peço que, do céu, intercedas pela OFS da nossa Circunscrição Provincial e pede ao Senhor que suscite entre nós, a “generosas disponibilidades” dos Irmãos, para continuarmos a nossa missão junto a Terceira Ordem que tu tanto amaste.

“Tenho dito!”
Apagou-se entre nós aquela formal conclusão das tuas intervenções nas nossas Assembleias e Capítulos: “tenho dito!” O Senhor te chamou no momento que a Província celebra a IV Assembleia Provincial; desta vez sobre o tema das Obras Sociais. Tu que foste muito sensível às necessidades dos pobres, “diz ao Senhor” que nos desperte da inércia da acomodação, e lance na dinâmica do serviço humilde aos mais pobres. Frei Ângelo, nós teus Irmãos, daqui a pouco iremos te deixar, por uns dias, na Necrópole de Santa Izabel para que se cumpra a Palavra do Senhor: “Tu és pó e ao pó voltarás”, mas, no tempo oportuno te traremos de volta, pois, o teu lugar, até o dia da ressurreição dos mortos, é aqui, no jazigo dos frades, junto dos confrades que te precederam na mansão dos mortos. Adeus frei Ângelo, muito obrigado pela sua presença fraterna entre nós. Fique certo, das preces e sufrágios dos seus Irmãos dessa Província Nossa Senhora Carmo, daquela de São Carlos na Lombardia, e tantos Irmãos da Ordem Franciscana Secular. Descanse em Paz frei Ângelo
                                                                  
    Belém do Pará, 20/11/2013!

                                                                                                   Frei Antonio Macapuna, OFM. Cap.

domingo, 17 de novembro de 2013

Quem são os Franciscanos?

Olá Pessoas de Deus, Paz e Bem! Gostaria de compartilhar um puco com vocês sobre a nossa vida Franciscana. Qualquer dúvida, podem escrever-me: freliaslisboa@yahoo.com.br

Os Franciscanos são pessoas que fizeram uma opção: a de deixar que Deus realize em sua vida o seu plano de amor, e busca viver o Evangelho como São Francisco de Assis viveu.

A vida Religiosa Franciscana caracteriza-se por alguns aspectos particulares:

A vida de Fraternidade 
- Frater (frade) vem do latim e significa irmão. O frade é aquele que busca viver em comunidade, formando uma família, sendo irmão de todos. São Francisco viveu uma intensa relação de fraternidade com Cristo, o que fez dele um dom para os seus irmãos. E ele recomenda aos frades: "E sejam irmãos entre si".

A vida de Pobreza
- Francisco deixou tudo, riquezas, prestígios e até a própria família para seguir Jesus Cristo pobre. O Franciscano caracteriza-se pela sua doação total a Deus, desfazendo-se de tudo aquilo que possa distanciá-lo do seu Senhor. Sem nada de próprio, o frade é aquele que só tem uma tarefa: ser dom gratuito de Deus aos irmãos.

A vida de Obediência
- Deixando tudo, São Francisco só quis saber de uma coisa: cumprir a vontade de Deus. E isto se deu imitando Cristo obediente. O frade Franciscano é aquele que renúncia todas as vontades pessoais, todos os teus quereres, e passa a querer somente uma única coisa: fazer a vontade de Deus. E este Deus é visto na pessoa dos seus superiores (ao papa, ao geral da ordem, ao seu ministro provincial e a seu guardião).

A vida de Castidade
- São Francisco renunciou todas as paixões deste mundo para viver somente para uma paixão: Jesus Cristo. O Franciscano renuncia as paixões humanas para que, imitando Jesus Cristo, ele esteja inteiramente a serviço de seu Reino.

A vida de Minoridade
- São Francisco quis viver entre os pobres, por isso se fez menor. O Franciscano é aquele que quer ser como Francisco, um menor entre os menores. Através de suas atitudes, o frade busca ser pequeno. O Frade Menor é um homem que procura estar junto aos menores e pobres e compromete-se com eles e com a promoção da justiça social.

A Vida de Oração
- São Francisco buscou viver uma intensa experiência de oração. Estava sempre em diálogo com Deus. O Frade Franciscano é aquele que procura estar sempre em comunhão e em diálogo com Deus contemplando as coisas do alto e tendo uma profunda vivência de oração.

Quem entra na vida Religiosa Franciscana não tem como objetivo primeiro ser sacerdote, ser padre. Tem, em primeiro lugar, a vontade de ser franciscano, de ser irmão, de ser frade. O ideal de vida dos Franciscanos é o mesmo para todos: seguir Jesus Cristo a modo de Francisco de Assis. O que todos têm de comum é a consagração religiosa, de serviço a Deus e aos irmãos. Por isso, dentro da fraternidade não dever haver discriminação se este é padre e aquele irmão, pois antes de ser padre o franciscano tem como primeiro objetivo e compromisso ser irmão. Eles devem se ajudar mutuamente, animando-se nas dificuldades e convivendo fraternalmente. O Franciscano, no serviço à Igreja e as comunidades cristãs, prestam diferentes formas de serviços: trabalhando com o povo, catequizando, assistindo aos doentes, em movimentos populares, servindo nos trabalhos internos de sua comunidade religiosa etc. Se o Franciscano assume o sacerdócio, ele também serve a Igreja na pregação, na administração dos sacramentos e no acompanhamento das comunidades cristãs em uma determinada diocese.


Fraternalmente, Frei Elias Lisboa OFM Cap

O primeiro presépio foi feito por São Francisco de Assis

 Amigos e amigas, Paz e Bem! Como eu tinha falado, estou continuando o nosso tema sobre “o presépio e São Francisco de Assis”.

O presépio é talvez a mais antiga forma de caracterização do Natal. Sabe-se que foi São Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio, em 1223, o primeiro a usar a manjedoura com figuras esculpidas formando um presépio, tal qual o conhecemos hoje. A ideia surgiu enquanto o santo lia, numa de suas longas noites dedicadas à oração, um trecho de São Lucas que lembrava o nascimento de Cristo. Resolveu então montá-lo em tamanho natural, em uma gruta de sua cidade. O que restou desse presépio encontra-se atualmente na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. 

Presépio significa em hebraico "a manjedoura dos animais", mas a palavra é usada com frequência para indicar o próprio estábulo. Jesus ao nascer foi reclinado em um presépio que provavelmente seria urna manjedoura, como as muitas que existiam nas grutas naturais da Palestina, utilizadas para recolher animais. Outra versão é que o presépio de Jesus era feito de barro, aproveitando-se uma saliência da rocha e adaptando-a para tal finalidade. Esta é, sem dúvida, a versão mais aceita.

O presépio de São Francisco incluía uma manjedoura, acima da qual foi improvisado um altar. Nesse cenário ocorreu a missa da meia-noite, na qual o próprio santo com a vestimenta de diácono cantou o Evangelho juntamente com o povo simples e pronunciou um sermão sobre o nascimento do Menino Jesus.

Conta-se que naquela noite especial, enquanto o santo proferia as palavras do Evangelho sobre o nascimento do Menino Jesus, todos os presentes puderam ver uma criança em seu colo, envolvida em um raio de luz. A cena foi narrada em 1229 por Tommaso da Celano, biógrafo de São Francisco de Assis. Desde então, os presépios foram se tornando cada vez mais populares e, além das figuras tradicionais do Menino Jesus deitado na manjedoura, Maria e José, acabaram incluindo uma enorme variedade de personagens como os pastores, os Reis Magos, a estrela e os animais.

No Brasil, em muitos estados do Nordeste, até hoje a montagem dos presépios é acompanhada de danças e festejos conhecidos como Pastorinhas, versões brasileiras dos autos de Natal, que eram encenações do nascimento de Jesus típicas de algumas regiões da Europa, como a Provença, na França.




TamuJunto, Paz e Bem!

....Continuaremos a falar sobre o tema até o dia de Natal!