"E
o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o
Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade". (Jo 1, 8)
Nas
quatro semanas do Advento a Igreja nos leva a meditar e preparar o coração para
celebrar as duas Vindas de Jesus Cristo. As cores e símbolos da liturgia nos
ajudam nisso. A Coroa do Advento com as quatro velas que vão sendo acesas, uma
a cada semana nos preparam e ensinam.
A
vela vermelha significa a Fé que o Menino traz ao mundo; a certeza de que Deus
está conosco, armou a sua tenda entre nós; “revestido de nossa fragilidade, Ele
veio uma primeira vez para realizar o seu eterno plano de amor e abrir-nos o
caminho da salvação”, diz um dos Prefácios do Advento.
A
vela branca a simboliza Paz; este Menino é o “Príncipe da Paz”, disse o profeta
Isaias (11,1s). Quando o Seu Reino for implantado, “a justiça será como o cinto
de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos. Então o lobo será hóspede
do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão
juntos, e um menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão,
suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. A criança
de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na
caverna da áspide. Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte, porque a
terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo
do mar.” (Is 11, 5-8).
A
vela roxa (quase rosa) simboliza a alegria do Menino que chega para salvar. É a
alegria mitigada pela cuidadosa vigilância do tempo da espera.
A
vela verde traz a simbologia da Esperança que o Deus Menino traz a todos os
homens de todos os tempos e todos os lugares. “Sem Deus não há esperança”,
disse há pouco o Papa Bento XVI na encíclica “Spe Salvi (Salvos pela Esperança)”;
e “sem esperança não há vida”, concluiu o Pontífice. É esta esperança de
uma vida feliz aqui e no Céu que o grande Menino veio anunciar com sua meiga e
frágil presença na manjedoura de Belém.
A
primeira vinda de Cristo mostra todo o amor de Deus por nós. Ninguém mais tem o
direito de duvidar desse Amor. Ele deixou a glória do Céu, dignou-se assumir a
nossa frágil humanidade, para nos levar de volta para o Céu; Ele aceitou viver
a nossa vida, derramar as nossas lágrimas, comer nosso pão de cada dia… e, por
amor puro a cada um de nós darmos um mergulho nas sombras da morte para
destruí-la.
“No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele
estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi
feito. Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1, 1s).
O
amor de Deus não é o amor de novelas, com músicas românticas e palavras
sensuais; é amor que se revela por fatos, atos, renúncia, sofrimento… É
amor que gera a vida.
São
João apresenta o Menino que vai chegar: “A luz resplandece nas trevas, e as
trevas não a compreenderam… Ele era a verdadeira luz que, vindo ao mundo,
ilumina todo homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não
o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam”. A Luz de
Cristo resplandeceu nas trevas, mas essas não a compreenderam; as trevas fogem
da luz, tem medo dela, porque a luz revela o erro. Quem faz o mal, pratica o
crime, busca a calada da noite para que a luz não o denuncie. Por isso Jesus
foi logo perseguido pelo cruel tirano Herodes Magno.
Disse
a Lumen gentium que “só Jesus Cristo revela o homem ao próprio homem”; Ele é “a
luz que ilumina todo homem que vem a este mundo”; é por isso que o Papa João
Paulo II disse em sua primeira encíclica “Redemptor Hominis” que: “ o homem que
não conhece Jesus Cristo permanece para si mesmo um desconhecido, um mistério
inexplicável, um enigma insondável”.
Sem
Jesus Cristo o homem não sabe quem é, não sabe o que faz neste mundo, não sabe
o sentido da vida, do sofrimento, da morte, da dor e das estrelas… é um coitado
e um perdido como muitos filósofos ateus que se debateram em meio de suas
trevas e acabaram arrastando muitos outros consigo para uma vida vazia e
triste. Não foi à toa que muitos jovens suicidaram-se lendo o “Werther” de
Goethe e a “Comédia Humana” de Balzac. Depois de ler “A Nova Heloisa” de Jean
Jacques Rosseau uma jovem estourou os miolos em uma praça de Genebra e vários
jovens se enforcaram em Moscou depois de ler “Os sete que se enforcaram” de
Leonid Andreiv”. Só Jesus Cristo “é a Luz que ilumina todo homem que vem a este
mundo”. Um dia Karl Wusmann, escritor francês, entre o revolver e o crucifixo,
escolheu o crucifixo… e viveu. (J. Mohana, Sofrer e Amar).
“Mas
a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de
se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da
carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.”
O
Natal nos traz esta certeza e esta enorme alegria: somos filhos amados de Deus;
que nos fez para Ele, por amor. Ele fez para nós as estrelas, o cosmos, as
pedras, os rios, as montanhas, os animais, os peixes das águas e os pássaros do
Céu, o doce fruto da terra, o perfume das flores, a harmonia das cores e
o mar que murmura o Seu Nome a cantar… Obrigado Senhor!
Texto: Prof.
Felipe Aquino
Feliz Natal! #TamuJunto
#PazBem!
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